quarta-feira, 29 de abril de 2009

RELATÓRIO SOBRE ALFABETIZAÇÃO




UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO/FACED/IRECÊ
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ENSINO FUNDAMENTAL/SÉRIES INICIAIS


ALAIDES NASCIMENTO NUNES PEREIRA
ANA CRISTINA FERREIRA DE SOUZA CORDEIRO
GERVÁSIO MENDES MOZINE


ALFABETIZAÇÃO


Irecê
2009










ALAIDES NASCIMENTO NUNES PEREIRA
ANA CRISTINA FERREIRA DE SOUZA CORDEIRO
GERVÁSIO MENDES MOZINE



ALFABETIZAÇÃO


Atividade de registro e produção apresentada como avaliação parcial do curso de Licenciatura em Pedagogia do Ensino Fundamental das Séries Iniciais da Universidade Federal da Bahia/FACED/UFBA/IRECÊ, sob a orientação da professora Giovana Zen.


Irecê
2009










INTRODUÇÃO

Essa atividade procura identificar a importância da aplicação, no processo de alfabetização. Na interação com outras crianças através da atividade de leitura e escrita de cantigas de roda, onde os mesmos pesquisavam as palavras e algumas letras para a montagem do texto. A criança aprende a interagir produtivamente com diversos tipos de textos que circulam socialmente. Estes textos vêm gerando uma multiplicidade de tematizações, normatizações e concretizações, caracterizando-se como um importante aspecto dentre os muitos outros envolvidos no complexo de constituição da alfabetização.
Segundo Ana Teberosky e Tereza Colomer, o trabalho do professor é muito importante no processo de alfabetização, tendo em vista a sua função de descobrir o que o aluno já sabe e a aplicação mais adequada para a aquisição da escrita.

O professor alfabetizador tem uma tarefa imprescindível: descobrir o que cada aluno sabe sobre o sistema de escrita. É a chamada sondagem inicial (ou diagnóstico da turma), que permite identificar quais hipóteses sobre a língua escrita, ela permite uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição da base alfabética e a definição das parcerias de trabalho entre os alunos. (TEBEROSKY, COLOMER, ESCOLA p.17)


Além disso, as crianças têm a oportunidade de refletir, com a ajuda do professor sobre aquilo que escrevem, demonstrando interesse e assiduidade na atividade.
Esta atividade tem como objetivo apresentar as hipóteses de escrita e leitura dos alunos, sistematizando as capacidades dos mesmos.
Refletir sobre o sistema de escrita, a partir dos desafios propostos pelos encaminhamentos da atividade diagnóstica, compreendendo a importância de trabalhar o processo de alfabetização, com a finalidade de descobrir as hipóteses de escrita e leitura dos alunos, favorecendo as aprendizagens de cada um, a partir das hipóteses de escrita.
Segundo Emília Ferreiro “a escrita pode ser considerada como uma representação da linguagem ou como código de transcrição gráfica das unidades sonoras”. (FERREIRO, 2001, 10).
A atividade diagnóstica foi realizada na sala da professora Alaídes Nascimento Nunes Pereira que trabalha na Escola Municipal Marcionílio Rosa com o 1º ano D no turno vespertino. A sala é composta de 24 alunos, sendo 01 aluno pré-silábico indefinido, 07 pré silábicos diferenciados, 03 silábicos sem valor sonoro, 05 silábicos com valor sonoro, 05 silábicos alfabéticos e 03 alfabéticos iniciais.
A turma foi dividida e cada professor ficou responsável por um grupo para realizar o diagnóstico.
É necessário que o alfabetizador saiba identificar e compreender o raciocínio feito pelos alunos, para conseguir orientá-los com sucesso nas hipóteses e na descoberta para o sistema de escrita.
O conteúdo trabalhado foi leitura, escrita e montagem de uma cantiga de roda, onde os alunos conheciam de memória, cujo o título é: Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar.



PLANEJAMENTO DA AULA

O planejamento da atividade foi realizado no dia 26 de março com os seguintes objetivos:
Ø Favorecer as aprendizagens de acordo com as hipóteses de escrita e leitura dos alunos.
Ø Promover a interação de diferentes hipóteses.
Ø Refletir sobre o sistema de escrita, a partir dos desafios propostos pelo encaminhamento.
Ø Facilitar os avanços das hipóteses de acordo com as intervenções necessárias.
Ø Compreender a importância da escrita e leitura como forma de comunicação.

CONTEÚDO: Leitura de texto: Oralidade, cantiga de roda.

ESCRITA: Montagem da cantiga de roda

1º MOMENTO:
Metodologia: Inicialmente explicar para turma que hoje estaremos realizando uma atividade de leitura e escrita e montagem de uma cantiga de roda que vocês já sabem de memória.

Proposta 1: Leitura da cantiga de roda: Se eu fosse um peixinho...
Procedimentos:
1º) Será distribuído para cada dupla, a cantiga de roda dividida em palavras (cada palavra em um cartão).
2º) Propor a cada uma das duplas que organizem a cantiga para que fique na ordem em que todos sabem contar.
3º) Informar as duplas que não poderão sobrar nenhuma palavra, pois todas pertencem à música.

Proposta 2: Escrita da cantiga de roda. Se eu fosse um peixinho...
Que os alunos possam refletir sobre o sistema de escrita, a partir dos desafios propostos pelo encaminhamento.
Procedimentos:
1) Distribuir para cada dupla as letras móveis previamente selecionadas pelo professor (oferecendo somente as letras de fato que fazem parte da cantiga).
2) Propor que escrevam a parlenda utilizando todas as letras ali disponíveis, sem deixar sobrar nenhuma. O agrupamento será feito com silábico sem valor sonoro mais silábico com valor sonoro.

Proposta 3: Escrita da cantiga de roda: Se eu fosse um peixinho...
Os alunos estarão sentados em duplas para montar a cantiga de roda refletindo sobre o sistema de escrita, a partir dos objetivos propostos pelo encaminhamento da atividade.
Procedimentos:
1) Distribuir para cada dupla um conjunto de letras móveis.
2) Propor que escrevam a cantiga de roda considerando o seguinte critério: cada aluno da dupla coloca uma letra, justifica o que já está escrito até ali e passa a vez para o colega que continua a escrita, colocando outra letra e justificando. E assim sucessivamente. O professor fará as intervenções necessárias para que os alunos montem de memória a cantiga de roda, analisando as variações das propostas identificando os desafios de cada uma. Observar os desafios que podem se tratar do sistema de escrita alfabético ou do sistema de escrita ortográfico. Nesta atividade ficará agrupada 01 aluno alfabético mais 01 outro alfabético considerando o nível de conhecimento sobre o sistema de escrita de cada aluno e os desafios propostos.


AGRUPAMENTOS

Alfabéticos com alfabético – Flávia Suellen e Guilherme Maciel
Silábico alfabético e Silábico com valor sonoro – Kelly Cristina e Kevin Deivid
Silábico com valor e Silábico sem valor – Rian e Vínicius
Silábico sem valor e Silábico com valor – Karen e Daniela


DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Esta atividade foi escolhida porque já tinha sido trabalhada com os alunos e eles conheciam esta cantiga de roda de memória e sempre era cantada no início das aulas, promovendo a interação entre os mesmos, pois esta é a cantiga preferida da turma.
Professora Alaides

Trabalhamos com a cantiga de roda: Se eu fosse um peixinho... Primeiro fizemos o diagnóstico da turma, depois reunimos e organizamos um planejamento. Dividimos os alunos por hipóteses, alfabético com alfabético, silábico alfabético com silábico com valor sonoro, silábico com valor e silábico sem valor. Distribuímos para as duplas, envelopes contendo letras e palavras. Alfabético com alfabético envelope só com as letras da cantiga. Silábico com valor sonoro e silábico alfabético – um envelope com a cantiga de roda fragmentada em palavras. Silábico com valor e silábico sem valor – um envelope contendo várias letras para eles montarem a cantiga de roda. Professora Ana Cristina

Percebemos as dificuldades que eles apresentaram na escrita e na leitura. Ex: Os alunos tiveram dificuldades nas palavras que tem SS, como: soubesse e fosse, que completava a cantiga de roda, porém, com intervenção do professor, eles montaram o restante sem dificuldades.
Os alunos Rian e Vinícius um silábico com valor sonoro e o outro sem valor sonoro, foram solicitados para montar o texto com palavras. Após questionar como deveria escrever a palavra fosse, o aluno Rian disse que era com a letra F, imediatamente pegou a palavra fosse e colocou na montagem. Pedi para ele ler e ele leu aleatoriamente. Depois de algumas intervenções, eles conseguiram montar a cantiga com muito trabalho.
Já os alunos que ficaram com as letras móveis apresentaram dificuldades, porém eram seguros na construção da escrita da atividade, pois o desafio era escolher letras e formar as palavras necessárias para compor o texto com ajuda do parceiro. Os mesmos montaram do jeito deles faltando letras, mas tinham certeza que estava certo. Quando era solicitado para eles ler liam de forma corrida embora, não era convencionalmente. Professor Gervásio
Esta atividade nos proporcionou uma reflexão sobre a análise de escrita dos alunos, é necessário trabalhar conteúdos de ortografia para os alunos que estão alfabéticos. É importante também que, ao longo do ano a professora da turma possa interagir com outras atividades significativas que promovam avanços satisfatórios.


CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Tendo em vista que a atividade de leitura e escrita é condição essencial para que se possa compreender o mundo, a atividade favoreceu a aprendizagem através do diagnóstico, pois o mesmo é essencial durante a alfabetização e no decorrer de toda escolaridade. Percebemos os avanços e as dificuldades dos alunos, porque conhecendo as hipóteses facilita o acompanhamento adequado da turma e o que eles já sabem sobre a escrita. È interessante frisar que os silábicos com valor são bem seguros nas suas produções, quanto os silábicos alfabéticos, não tem tanta segurança porque estão em confronto com a escrita considerando que ele compreenda o princípio alfabético de nossa escrita. No entanto, mesmo nessa fase, os alunos ainda apresentam erros de ortografia. Durante a montagem da cantiga de roda podemos perceber as hipóteses de leitura e escrita dos alunos bem como o desenvolvimento das habilidades lingüísticas proporcionando aos alunos uma nova experiência de leitura e escrita.
É possível alfabetizar uma boa parte dos alunos, pois devemos levar em conta que alfabetizar é um processo lento que exige um acompanhamento sistemático por parte do professor, sendo um mediador, observando e intervindo de acordo com as necessidades de cada aluno.




REFERÊNCIAS:


ESCOLA, Revista Nova. Alfabetizar é tudo, Edição especial n°. 22, p.17.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 24 ed. Atualizada – São Paulo: Cortez, 2001.