UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA DAS SÉRIES INICIAIS/ENSINO FUNDAMENTAL
ANA CRISTINA FERREIRA DE SOUZA CORDEIRO
NÚBIA BARBOSA DOS SANTOS
TÊILES BEATRIZ MEIRA DE FREITAS
EDUCAÇÃO CORPORAL
Atividade de Registro e Produção apresentada como avaliação parcial do Ciclo três do curso de Licenciatura em Pedagogia do Ensino Fundamental / Séries Iniciais da Universidade Federal da Bahia/FACED/UFBA/IRECÊ, sob a orientação da professora Cilene Nascimento Cando.
IRECÊ
2009
O Brincar na Educação Infantil
Através das brincadeiras a criança aprende, exercita suas novas habilidades, percebe coisas novas, digere medos e angústias, repete sem parar o que gosta, explora e pesquisa o que há de novo ao seu redor.
(Maldonado).
(Maldonado).
É no ato de brincar que a criança desenvolve sua identidade, sua autonomia, atenção, imitação, imaginação, memória, que experimenta e cria regra, supera seus medos e anseios, compreende o outro, enfim, é brincando que a criança descobre-se como “gente” socialmente incluída e capaz de conviver com o diferente, seja com o seu próximo ou com alguma situação. É também no brincar que realiza toda a trajetória social, a qual fará quando for crescida. Dependerá do brincar o alcance do equilíbrio e da maturidade para a sua realização como pessoa. Portanto, é possível afirmar, sem sombra de dúvidas, que brincar é vital para a criança. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCN p. 27).
“A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não brincar”.
Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se.
Embora a brincadeira seja uma atividade livre e espontânea, ela não é natural, mas uma criação da cultura. Pois uma das primeiras brincadeiras da criança é imitar os adultos: ela costuma observar e reproduzir gestos e caretas no mesmo momento que acontece. A arte não pode ser vista como o conhecimento pedagógico e sim, como a arte no campo do culturalismo. A arte é uma produção humana, pois é caracterizada como a cultura da arte na criatividade, inteligência e subjerção.
Trabalhar a arte na educação infantil é um dos meios visuais que são importantes para os pequenos entrarem em contato com o que ainda não conhecem. Nessa fase, as linguagens se misturam e um mesmo objeto, como um giz de cera, pode ser usado para desenhar ou batucar.
A linguagem da arte na educação infantil tem um papel fundamental, envolvendo os aspectos cognitivos, sensíveis e culturais. Até bem pouco tempo o aspecto cognitivo não era considerado na a educação infantil. Para compreender a arte no espaço da educação infantil no momento atual, mesmo que brevemente, é preciso situar o panorama histórico das décadas de 80 e 90. Os referenciais que fundamentavam as práxis do profissional da educação infantil eram os Cadernos de Atendimento ao Pré-escolar (1982), criados pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC.
Os textos destes Cadernos para aquele momento histórico tiveram contribuição fundamental como subsídio para as ações dos educadores atuantes na educação infantil. Entretanto, vale ressaltar que pouco priorizava o conhecimento, centrando-se apenas nas questões emocionais, afetivas e psicológicas e nas etapas evolutivas da criança.
Com relação à arte na educação, os pressupostos eram muito mais voltados à recreação do que às articulações com a arte, a cultura e a estética. Como exemplo, é possível citar a ênfase em exercícios bidimensionais que priorizava desenhos e pinturas chapadas. Ou seja, os conceitos sobre arte resumiam-se a simples técnicas. De acordo com PILLOTTO (2000 p. 61) “é interessante observar que esse Caderno, embora tenha uma fundamentação teórica voltada às concepções do ensino da arte modernista, na sua essência é muito mais tecnicista no que diz respeito aos exercícios repetitivos, mecânicos e sem a preocupação com a reflexão dos conceitos”.
Atualmente a arte tem uma função social em diferentes aspectos, pois o brincar mesmo sendo uma fonte de lazer é simultaneamente uma fonte de conhecimento e aprendizagem, trabalhando a dimensão participativa, e aprendizagem precede o desenvolvimento, ao brincar a criança constrói significados, despertam sentimentos, emoções, fazendo assimilações de seus papéis sociais.
O papel da Arte e a Ação Pedagógica
O processo da aprendizagem implica na realização de atividade que leva a construção dos conceitos que constitui os referidos conteúdos. Não se pode restringir o brincar a função pedagógica, uma vez que ele também promove a constituição do próprio indivíduo.
Uma proposta educativa precisa considerar que, durante o seu desenvolvimento, a criança manifesta diferente formas de sentir, pensar e de agir, que caracteriza suas relações com um mundo físico e social. Segundo o RCN’S, cabe ao professor promover atividades individuais ou em grupo, respeitando as diferenças e estimulando a troca entre as crianças.
É interessante que os planejamentos sejam voltados para os movimentos corporais, através da música, da dança, brincadeiras de faz de conta, modelagens e ilustrações.
Quanto mais variadas as experiências apresentadas, maior a garantia de qualidade no desenvolvimento do grupo. Escutar sons, como os produzidos por batidas em várias partes do próprio corpo e pela manipulação de objetos.
Contudo percebe-se a importância do educador direcionar a sua prática para o brincar pedagógico, tendo em vista que as crianças aprendem e interagem em diferentes contextos no mundo social e cultural.
Referências:
PILLOTTO, Silvia S.D. A trajetória histórica das abordagens do ensino e aprendizagem da arte no contexto atual. Revista Univille, V.5, n.1, abr. 2000.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para educação infantil / Secretária de Educação Fundamental: Brasília MEC/ SFE, 1998.
SANTOMAURO, Beatriz. ANDRADE, Luiza. O que não pode faltar. In: Revista Nova Escola. n°. 217, nov. 2008.
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