sábado, 12 de dezembro de 2009

CRÍTICA DO FILME: CINEMA, ASPIRINA e URUBUS.

CINEMA, ASPIRINA e URUBUS. Direção: Marcelo Gomes. Roteiro: Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Karim Ainouz. Brasil: Inovasion,2005,90min.




A história do filme “Cinema, Aspirinas e Urubus”, se desenvolve em meados do século 20, no ano de 1942, e nos traz uma mensagem que caberia perfeitamente em nossos dias.

O filme mostra a metáfora da guerra e da miséria, situação semelhante tanto na Europa afundada na guerra quanto as dificuldades enfrentadas no nordeste brasileiro.

Observa-se na história, a perspectiva da fuga entre os dois personagens, Johann (Peter Kenath), um alemão radicado no Brasil por conta da guerra e Ranupho (João Miguel), pernambucano, que fugia da seca em busca de melhores condições de trabalho. Há, no decorrer das conversas, uma abordagem sempre de maneira sutil e irônica, além de mostrar temas relacionados ao preconceito existente com os nordestinos que moram no sudeste do país.

A idéia do filme surge para retratar o grande fato histórico da segunda Guerra Mundial, razão pela qual, vários imigrantes chegam ao Brasil. À fuga para outros países, a exemplo do Brasil, favorece a implementação de novos hábitos e culturas trazidas pelos imigrantes para o nosso país e isso, de certa forma, contribuiu para o crescimento da cultura em seus diversos aspectos.

Os novos moradores chegam ao nosso país em busca de outros territórios que não estivessem envolvidos diretamente com a guerra, para que assim, pudessem encontrar novas perspectivas de vida. A guerra dura um período de quatro anos, entre 1941 a 1945 e a Alemanha estava passando por um caos. Desta forma, os alemães que chegam ao Brasil procuram melhores condições de trabalho.

Na estrada, o alemão Johann dá uma carona a Ranulpho, pernambucano, homem de humor sanguíneo, o qual quer saber o que o alemão faria para vender seu produto para os nordestinos miseráveis. O interessante é que seu produto é divulgado em um cinema móvel, no qual encanta os moradores que ficam cegos com tanta sedução pelo cinema apresentado.

A linguagem do filme apresenta um regionalismo típico do nordeste, no qual, o personagem Ranulpho é um protagonista que sente na pele os preconceitos marcados por ser um sertanejo que imagina na sua mente as humilhações vividas por outros companheiros na cidade do Rio de Janeiro e São Paulo.

O filme retrata tanto a realidade local, quanto a global entre a vida dos personagens, a cultura entre os continentes e os fatos históricos da época. Ao observar os efeitos que a guerra representa na vida de alguém, vê-se claramente no filme que a mesma, destrói as perspectivas das pessoas, assim como os nordestinos sentiam por causa das misérias existentes, por isso os dois personagens estavam em busca da felicidade.

Assistir a esse filme me permitiu conhecer um pouco o contexto histórico dos nordestinos e especialmente a situação da guerra, que foi a causa da fuga do alemão.

Indico este filme para os professores e alunos, porque eles terão a oportunidade de conhecer outros lugares com situações complicadas vividas tão perto da gente e que, muitas vezes,não paramos para observar.

Indico este filme para os professores de história e geografia, pois é um proposta de estudar o local e o global a vegetação típica do estado do nordeste e também a diversidade cultural do estado do Pernambuco.

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