segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Critica do filme As Horas

As Horas: Como se Ensina a Ser Menina


O tempo e as horas em um novo contexto.



AS HORAS. HOURS, The. Direção: Stephen Daldry. Roteiro: Michael Cunningham e David Hare. EUA: Miramax Films, 2002.



As horas, as dúvidas. As horas, o tempo. Que ao passar nos vai encurralando na teia das nossas próprias escolhas. O amor. A sua estranheza. O outro. O que a vida é e o que poderia ser. O espanto.

Neste livro de Michael Cunningham há três histórias. Separadas no tempo e no espaço, mas unidas pela escrita. Virginia Woolf, Clarissa Vaughan, que bem poderia ser o personagem principal de um dos romances da famosa escritora, e Laura Brown que lê os mesmos romances e apenas (ou, sobretudo?) lamenta não poder dedicar à leitura o tempo que deve reservar para a família, são três mulheres que rapidamente se instalam não no imaginário do leitor, mas na sua galeria de afetos. A força e as fraquezas de cada uma delas, o esforço que fazem, e a que assistimos, para não conquistarem o seu próprio espaço à custa dos outros, a angústia de não encontrar o gesto certo, a impotência.

O filme apresenta certo suspense sobre o que vai acontecer a cada minuto, o mesmo perpassa por um contexto histórico diferente, todavia a história das três mulheres se completa, muito embora não haja a possibilidade das três se encontrarem.

Analiso que este filme só deve ser apresentado na escola, para alunos do Ensino Fundamental II (Dois), devido desenvolver uma linguagem muito complexa, além de mostrar cenas que despertam a sexualidade dos alunos. Desta forma, compreendo que as crianças do Fundamental I (Um), ainda não possuem autonomia e maturidade para decidir sobre assuntos polêmicos que se desenrolam no decorrer do filme, como é o caso da homossexualidade.

Indico este filme para os professores e alunos do curso de psicologia, para os filósofos e para as pessoas que buscam uma afirmação para a sua vida sentimental, pois o filme apresenta a história de mulheres determinadas, ousadas, intelectuais, que rompem os preconceitos e quebram paradigmas, pois falar da busca feminina das conquistas da mulher neste contexto não era fácil, contudo temos visto que principalmente a personagem Virgínia Woolf é uma mulher que é uma ativista feminina que vive um paradoxo, pois necessita assumir uma vida que ela não gosta de ser uma dona de casa segundo os padrões do século XX, em que a mulher vivia exclusivamente para os desejos do marido.

No filme, algo me chamou bastante a atenção também, foi à coragem e determinação de Virgínia Woolf, em escrever um livro em que criticar a própria existência humana, porém, discordo plenamente da atitude dela, quando comete o suicídio, isto porque, acredito que devemos resolver os nossos problemas sem fugir da realidade, porque por mais que a vida lhe der motivos para você chorar é preciso encontrar um referencial para você sorrir.

A história da personagem Clarissa é a mais rica em detalhes. Ela é uma editora e tem uma carreira profissional bem sucedida, no entanto, é uma história fictícia. Clarissa mora em Nova Iorque, e deixa claro que a mulher deve trabalhar e assumir o seu papel na sociedade. No decorrer do filme, Clarissa aparece com uma antiga relação amorosa, a qual foi transformada em amizade, por um homem roubado por outro homem. Ela escolhe uma companheira, no entanto, não se esquece das relações que tivera com o amigo, o qual era gay.

Descobri ao assistir o filme, que o amigo de Clarissa era aidético, filho de Laura Brown, o qual foi abandonado pela mãe quando criança.

O filme “As horas”, mostra a câmera sempre fechada para os olhos e as mãos, para retratar os sentimentos e pensamentos dos personagens, tendo como objetivo, captar o que não foi dito em palavras.

Entendo que o nome do filme “As horas”, é devido o tempo ser cronometrado em lugares diferentes e cada personagem marcar o seu tempo com a sua história de vida.

4 comentários:

Paula Rodrigues disse...

Oi Ana Cristina
Na verdade esse filme é muito bom, sendo que há algumas cenas do fime retratou muito a minha vida durante o ano de 2008.

Lety disse...

Cris na verdade eu não gostei muito desse filme. Mas o considero um filme que serve para reflexão.Podemos ver que as histórias que aparecem intrelaçadas são verdadeiras que ambos acontecem na vida real. talvez seja isso que não agrada a muitos, não aceitar as histórias reais nua e crua.

maurina disse...

Este filme Cristina as horas serve também para reflexão de situações que ainda são polemicas em relação as pessoas do mesmo sexo tendo relações mais intimas não tenho nada contra mais é uma forma de a gente ir se acostumado porque já é realidade inclusive aqui no povoado onde moro já existe relacionamento deste tipo. E gostei do filme porque algumas cenas retrata a feminidade da mulher brasileira.Maurina

Anônimo disse...

ela não tinha esse referencial para sorrir porque o problema não era o mundo externo, mas o interno. ela 'precisou' sair dela mesma após dias e dias seguidos de insatisfação. - Só quis colocar uma outra face do suicida que ninguém sente, apenas ele.