sábado, 11 de outubro de 2008

MEU DIÁRIO

UFBA – Universidade Federal da Bahia
Faculdade de Educação – Colegiado dos Cursos de Pedagogia
Ensino Fundamental/ Séries Iniciais – Projeto Irecê
Professora: Solange Maciel
Aluna: Ana Cristina Ferreira de Souza Cordeiro
Atividade: Diário de Ciclo

MEU DIÁRIO


No dia 16 de agosto de 2008, saí de casa pela manhã. O dia estava nublado, as nuvens cinzentas e o meu coração ansioso pelo evento que aconteceria logo às 8h com a professora Maria Helena Bonilla. As expectativas eram muitas sobre o que seria discutido e apresentado naquela oportunidade. Porém, quando iniciou a palestra sobre Oficina de Computação, refleti sobre as mudanças tecnológicas que repercutiram ao longo da Revolução Industrial.
A cada informação dada, procurava relacionar com a minha prática em sala de aula. Quando Bonilla enfatizou sobre o tema: A virada conceitual, e explicou que eu posso pegar as informações, manuseá-las, manipulá-las e socializar com os meus alunos, lembrei das aulas de computação que eram planejadas, onde os alunos só pesquisavam e não estavam manuseando estas informações. Compreendi neste momento que as nossas metodologias precisam ser revistas, para que, de fato, a aprendizagem venha a surtir efeito na vida do aluno e da sociedade.
Conclui que passar uma pesquisa na internet é semelhante ao indivíduo pesquisar em livros, em revistas ou jornais, sendo que neste método só estava modificando o ambiente e as ferramentas, porque os procedimentos continuavam os mesmos, muito embora saiba que o papel da escola é triturar as informações que vem dos alunos, os chamados conhecimentos prévios, para a partir daí transmitir novos conceitos.
Percebi que agora são novos tempos, novos espaços e é necessário pensar em novas estratégias de ensino que não seja só a cópia, analisar as possibilidades ampliando para as novas linguagens, dinâmicas e reestruturando o processo de ensino e aprendizagem.
Considerando as informações que já foram geridas, compreendo que é muito importante o professor contemporâneo ser capacitado, pois só a formação pode ampliar os conhecimentos.
Revendo um pouco sobre o que pensava da Oficina de Computação, achei que apenas seria mais um programa, todavia a experiência vivida naquele dia me fez pensar a curto, médio e longo prazo sobre os processos coletivos em rede. A interação proporcionada através da Web é um recurso relevante na construção do conhecimento, e isso acontece de forma não linear e de maneira flexível.
Para Paulo Dias o hipertexto tem um papel importante nesse processo de formação de novos modelos de abordagens teóricas.
(...) o hipertexto tem vindo a desempenhar um papel relevante na formação de modelos e abordagens teóricas, numa variedade crescente de domínios e áreas de intervenção, de entre os quais referimos as narrativas de hipertexto, hipermédia, a construção dos hiperdocumentos educacionais, a flexibilidade cognitiva hipertexto e os ambientes de aprendizagem flexível e colaborativas na Web. (DIAS, 2001 p. 32)

Acredito que a inteligência distribuída por toda a parte é valorizada em tempo real, pois a mesma resulta em uma mobilização efetiva. Analiso que a escola ainda se encontra muito perdida, sem acompanhar as mudanças das novas tecnologias, e que até dias atrás o medo estava por dominar o meu ser, pois tudo me causava pânico.
Na sala dos professores da minha escola sempre teve computador, mas eu queria passar longe dele, pois não sabia mexer e tinha medo de danificar alguma coisa. Até que um dia a direção da escola comunicou que estaríamos recebendo o Centro de Inclusão Digital (CID) para a escola e a comunidade. Minha primeira reação foi de alegria acompanhada por muita preocupação. Porém, depois recebemos um curso básico de como manusear o computador, pois os alunos teriam monitores para trabalhar com eles.
Agora me deparei com a Oficina de Computação. Naquela tarde de sábado do dia 16 de agosto de 2008, senti de volta o medo querendo me possuir, todavia, respirava fundo e fazia o que era proposto, e quando algo não dava certo chamava um colega ou a professora. Refleti mais uma vez sobre a sala de aula, quando lançamos um desafio que está fora do alcance dos alunos. Percebi o quanto o novo nos traz novas perspectivas, o que é extremamente necessário à coletividade e a cooperação, pois sozinha eu não iria conseguir realizar o que foi feito naquele dia: abrir o “Yahoo” e me apresentar para outros colegas já participando da lista de discussão. Isso foi muito importante para mim. Ter a possibilidade de participar de Blog, também seria para mim algo também interessante, pois, através dele posso interagir com outras pessoas.
Olhando neste contexto observo que a escola não é mais o lugar para o repasse de informações, e que o seu papel é de transformar as informações em conhecimento, e é por isso que o professor precisa estar inteirado com os mais diversos assuntos, para que assim desenvolva o seu papel de formador de opinião.
Sei que aquela aula foi proveitosa. E que a linguagem da Internet é por códigos ou palavras abreviadas, embora o que importe é a comunicação de forma colaborativa. Percebi que navegar é misturar leitura com escrita, pois ao mesmo tempo em que leio, também escrevo, e aprendi que não há uma forma linear para a construção do conhecimento, possibilitando assim, o indivíduo abusar da comunicação interativa.
Analisando o conhecimento novo que adquiri, vejo que não sou mais a mesma pessoa depois que iniciei neste curso de formação, pois, sempre estou em busca de novos conhecimentos que venham somar com a minha prática, pois a sociedade em que estamos inseridas nos indica novas relações com o saber, com as tecnologias e com o mundo, que apontam à necessidade de ressignificarmos as relações entre as pessoas e repensarmos a produção do conhecimento.
No domingo pela manhã observei que tudo o que ouvi e aprendi no sábado me dava subsídios para mandar e-mail para alguns colegas e para contagiar o meu ambiente de trabalho. Na segunda-feira, depois de cumprimentar os meus colegas de trabalho e me dirigir para a sala de planejamento, a primeira discussão foi que as aulas de computação precisavam ser planejadas com um outro olhar.









Referências:

DIAS, Paulo. Comunidades de Aprendizagem na Web. INOVAÇÃO, Lisboa, v. 14, n. 3, 2001. p. 27-44.

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