segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Relatório de Pedagogia ao Longo da História

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA/
ENSINO FUNDAENTAL/ SÉRIES INICIAIS
PROFESSORA: MARIA ROSELI GOMES BRITO DE SÁ
ATIVIDADE: 2312 (PEDAGOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA)
CURSISTAS: ALAIDES, ANA CRISTINA, ELIZABETE DULCENALVA E GICELIA


RELATÓRIO DO I ENCONTRO DO GRUPO DE GEAC PEDAGOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA
Leitura e discussão sobre a Educação Romana

Aos poucos a educação deixa de ser o ensino de pastor, o artífices ou lavrador e, suas formas mais elaboradas, prepara o futuro guerreiro o funcionário imperial e os dirigentes do império. O sistema comunitário de base pedagógica familiar compete com outros. Aos poucos aparece a oposição entre ensino de educação dos pais dos mestres-pedagogos. BRANDÃO, 1995


Este é o relatório do I Encontro do Grupo de GEAC Pedagogia ao longo da história, realizado no dia 07 de Setembro de 2009 dás 17h00min às 20h30min na casa da cursista Gicelia Batista Nunes, no qual todos os cursistas que compõem esse grupo estiveram presentes.
Iniciamos o encontro com a leitura e discussão coletiva dos textos sobre a Educação Romana disponíveis no livro O que é educação de Carlos Rodrigues Brandão e no livro História da educação e da Pedagogia de Lorenzo Luzuriaga.
Realizamos o estudo com a leitura compartilhada de alguns textos, interrompendo alguns parágrafo para discussão e socialização das idéias buscando uma melhor compreensão de todos. Diante das discussões sobre os textos lidos, observamos que em Roma, o papel da família é muito importante na educação dos filhos, onde o pai é o principal responsável pela educação dos filhos. Interessante que até aos 07 anos de idade as crianças permaneciam sob os cuidados da mãe, sendo que depois desta idade, as meninas continuavam na lar com os trabalhos doméstico, enquanto os meninos ficavam sob responsabilidade do pai, que se encarregavam pessoalmente da sua educação. O pai tinham pleno poder sobre seus filhos, ele podiam até mesmo matar os filhos anormais, castigar, prender ou vender.
A educação em Roma era comunitária, os reis aravam terra junto com os seus servos, sendo (?) os filhos eram educados pela mãe até os sete anos e depois passavam a ser responsabilidade dos pais, o sócio não era bem vindo, a vida era austera, o culto aos antepassados era preservado, e o trabalho era exaltado. Com o crescimento e enriquecimento da nobreza através da agricultura e dos saques, ocorreu o abandono das terras e o nobre passou a preocupar-se com as regras dos império, dividindo a educação em classes sociais, o Mestre escola vendia a educação como se fosse mercadoria em suas lojas de ensino dentro dos mercados.
Entretanto, juntamente com a organização do império organizam-se também as escolas romanas. Por certo, vindo a faltar a liberdade, vem a faltar o interesse político da cultura; as escolas de retórica perdem a função prática e social, transformando-se em meios de ornamento intelectual entre os lazeres de uma aristocracia cultural, o que, absolutamente falando, representa uma purificação da cultura no sentido especulativo, dianoético, grego; mas, relativamente ao espírito prático-social romano, significa uma decadência para o diletantismo. Seja como for, o estado romano mostra agora apreciar a cultura.
Começam os imperadores romanos por conceder imunidade e retribuições aos mestres. Sentiu-se então a exigência de um novo sistema educativo, em que a instrução, especialmente literária, tivesse o seu lugar. Esta instrução literária partiu precisamente da cultura helênica. Primeiro são traduzidas para o latim as obras literárias e poéticas gregas - por exemplo, a Odisséia -, depois estudam-se os autores gregos no texto original, enfim se forma pouco a pouco uma literatura nacional romana sobre o modelo formal da grega. E, deste modo, a princípio é a literatura grega que se difunde em Roma, depois, mediante a literatura, é o pensamento grego que penetra e se difunde, e afinal, através do pensamento, entra e se espalha a concepção grega da vida - porquanto estava pelo menos nas possibilidades do caráter
A educação romana sofreu uma profunda modificação, quando o antigo estado-cidade, desenvolvendo-se e expandindo-se para a nova forma do estado imperial. Foi no período republicano que Roma experimentou sua política expansionista, ocupando diversas regiões, esse fato ocasionou grandes desenvolvimento do comércio romano. Em meados do século III a. c. a educação romana experimentou profundas mudanças, ficando mais complexas as escolas cresceram em número e em qualidade. O ensino tanto podia ser ministrado tanto em grego como em latim e dividia em três degraus de ensino: Elementar, Médio e Superior.
A escola elementar ou ludi magister, recebia alunos de 07 anos, seus programas de estudos eram: Leitura, escrita, cálculos e estudos de algumas canções. A disciplina era muito rigorosa e os castigos físicos uma constante tortura. No entanto a escola secundária ou grammaticus começava aos 12 anos e prosseguia até aos 16 anos, estudava-se gramática latina, literatura, geografia, aritmética, geometria e astronomia. O ensino superior desenvolveu-se no decorrer do século I a.c, os estudantes destas escolas eram da elite econômica e estudavam política, direito e filosofia. A educação física era muito valorizada, sendo que a ênfase recaia nas artes marciais, com o intuito de preparar os soldados.
A partir dos 15 anos, os jovens acompanhavam seu pai no foro, praça central onde são tratados os assuntos públicos e privados, para aprender civismo, sendo que aos 16 anos eram encaminhados para a função militar ou política. Essa educação era chamada na época de Educação Heróico Patrícia, na qual ocorreu nos primeiros anos da república e era voltada para as pessoas mais ricas, ou seja, aos patrícios. Educação ao qual almejava divulgar os valores da nobreza de sangue, pois era a família a instituição mais respeitada e dava plenos poderes aos pais. Essa educação estava mais preocupada com a formação jurídica-moral e física. Era uma pedagogia da ação para a vida cotidiana, tomando como base o amor a pátria e a conscientização histórica.
A pedagogia está presente ao longo da história da humanidade desde que ela se preocupou em passar conhecimentos aos seus descendentes.

Os primeiros pedagogos, os sofistas ensinavam aos jovens e aos adultos no que compete à arte de convencer e eram itinerantes, indo de cidade em cidade. Os demais filósofos, criavam instituições (como Platão, que criou a Academia, e Aristóteles, o Liceu) para formar os jovens no que compete ao raciocínio filosófico. O modelo pedagógico ensinado nos ginásios era conhecido como ARETHÉ (palavra grega que significa um equivalente à honra), e o objetivo dos Ginásio era a formação dos KALOIKAGATHIA (o homem ao mesmo tempo belo e bom).
Na Grécia antiga nem todos eram livres, existiam escravos, os quais eram adquiridos ao serem comprados ou mediante alguma vitória militar na qual pessoas dos territórios perdedores eram escravizadas. Na Grécia da época de Sócrates (século 3 A.C.) era comum que as famílias tivessem no meio de seus escravos um especial chamado PAIDAGOGOS (que em português tem a tradução de condutor de crianças). Este escravo especial tinha como a missão de cuidar das crianças, conduzi-las até os ginásios e ensinar-lhes histórias referentes à formação moral e às virtudes mais valorizadas nesta época. Coube também aos pedagogos complementar a educação ministrada pelos famílias e preparar a criança para a entrada no ginásio.
As formulações acima são bem características da educação grega. Até que ponto tais práticas foram incorporadas pela educação romana?
Essa atividade está nos proporcionando uma interessante viagem desde a Grécia e Roma antiga até os tempos atuais. Neste primeiro encontro do GEAC Pedagogia ao longo da história, estudamos um pouco do processo educativo no período histórico: grego-romano, e descobrimos que o processo educativo desde antiguidade é dinâmico e criativo, com as características de cada período vivido nos quais foram se completando e aprimorando em cada época de acordo com os aspectos religiosos, sociais, econômicos e políticos pois a educação é considerado como um instrumento de libertação, conscientização e superação que dá suporte para essa dinâmica acontecer continuamente..


REFERÊNCIAS:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Que é Educação. (33ª ed) SP : Brasiliense 1995.

LUZURIAGA, Lorenzo. História da educação e da pedagogia. 14 ed. São Paulo: Cia. Ed. Nacional, 1983

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